Quem sou?
Chamo-me Fábio Miguel Pais Rodrigues nascido a 9 de Julho de 1984, na cidade portuguesa de Viseu (sítio em que foi criada a primeira escola de arte da Europa). Actualmente encontro-me a viver em Vila de Senhorim Concelho de Nelas. Sou um artista plástico que procuro renascer o surrealismo conectando-o à arte contemporânea através da arte outsider o mais recente movimento artístico da actualidade portuguesa.
A minha vida, fases e estilos.
Desde a infância, demonstrei muito interesse pelas artes plásticas. A minha principal referência dessa fase foi sem dúvida o meu tio Sérgio Pais que nessa época frequentava a ARCA. Desde logo senti um fascínio para com o mundo das artes e do qual eu partilhei, e continuo a partilhar vários episódios. Desde então que no meu interior se instalou o sonho de ser artista e passei a apreciar e até valorizar a arte de uma forma muito mais intensa. No ano 2000 entrei para a Escola Secundária de Nelas no curso de Design, que veio a tornar-se uma desilusão devido a alguns professores e algumas disciplinas, isto porque me apercebi que design é uma coisa e artes plásticas é outra. Depois disso por motivos pessoais e económicos não tive a oportunidade de seguir o que realmente gostava. Decepcionado com a escola e devido a uma vida com algumas dificuldades decidi abandonar os estudos no 12º. Nesta fase da minha vida convivi com a minha primeira namorada que era cineasta, com vários artistas plásticos, actores, dj´s, músicos e cantores. Tais como Nuno Mesquita, Maria João, Lúcio Soares, Guilherme Pais, Eurico, Filipa Almeida entre muitos outros com os quais fui trocando toda a sabedoria e experiência de vida, os quais me influenciaram de certa forma. Em 2011, viajei para Londres onde troquei várias experiencias com um Dj de house music que me deu muita força para desenvolver este meu projecto pessoal. Foi aí que senti esse click nesse momento apercebi-me que em Londres existia um movimento artístico chamado arte outsider. Isto é uma arte praticada normalmente por autodidactas e em muitos casos por pessoas que sofrem de doenças mentais que nas suas obras retratam os melhores e piores episódios das suas vidas com a maior das naturalidades e vertentes artísticas através da sua criatividade e o seu trabalho artístico muitas das vezes como terapia para ultrapassar períodos menos bons das suas vidas. Ao aperceber-me de tudo isto identifiquei-me logo com todos estes aspectos. A arte para mim é sem dúvida a maior expressão de sentimentos e criatividade do ser humano e a nível cultural o maior marco da humanidade, pois sem arte e criatividade seriamos vazios e passaríamos de humanos a máquinas. O que tenho observado é que cada vez mais a arte tem sido desvalorizada pelos governos e pela sociedade em si pertencendo apenas a certas e determinadas classes sociais.
Dedicado mais ao desenho no papel, desenvolvi um estilo próprio com algumas influências de artistas como Kandinsky, Dali, Cartoon… Misturando frases ou palavras e experimentando outros traços conforme o meu estado de alma. Também sou criativo a nível escultural e tenho competências para usar outros materiais mas por razões que não sei explicar, tentei simplesmente desenvolver um estilo próprio e único. O material que utilizo é o mais básico, lápis de graffiti e optei por folhas A3 tentando passar momentos sentimentos mensagens e deixar ao critério de cada um analisar as minhas obras com toda a liberdade caso tenham perguntas estarei bem presente para explicar melhor no que me baseio para os mais curiosos.
Com este meu projecto pessoal não procuro ganhar dinheiro, mas gostaria de sobreviver no ramo e sim conhecer artistas e apreciadores de arte que me ajudem a ajudar, isto é, a concretizar o meu sonho. Vai de encontro com um projecto nacional (sem descredibilizar todos os artistas formados que estudaram mais aprofundadamente as artes a nível universitário). O meu sonho é criar uma fundação em Portugal onde as pessoas como eu, ou em condições semelhantes, que por vários episódios na vida não tiveram oportunidade de seguir os vários estilos artísticos, com especial atenção a pessoas que sofrem de doenças do foro psicológico, deficiência, ou até por circunstancias de pobreza. Essa fundação será para poder dar uma oportunidade desses artistas exporem os seus trabalhos para os ajudar a preencher o vazio que sentem e poderem passar o amor que sentem para as outras pessoas pois maior parte das vezes artistas como eu são vistos como marginais e marginalizados fazendo com que por vezes grandes obras de arte se acabem por perder e até mesmo serem destruídas. Também dedico esta exposição a um grande amigo meu que sofria de esquizofrenia mas que tinha uma criatividade enorme acabando por se suicidar sem nunca ter a hipótese de expor os seus trabalhos! Isto fez-me reflectir e espero que vocês façam o mesmo pois é muito triste um jovem de 27 anos ficar assim esquecido e posto de lado pela sociedade que o deveria apoiar e se calhar não o fez da melhor forma por vezes não são as pessoas que tem que procurar as coisas que querem porque muitas não conseguem suportar isso sozinhas mas se por vezes formos ao encontro deles isso poderá ajudar de certa forma. É simples perceber que sinto a vida como ninguém por isso ajudem-me a ajudar a maior parte dos artistas vistos como marginais e que apenas querem um pouco da nossa atenção para que eles próprios se sintam bem e realizados como seres úteis para a sociedade e que consegue praticar o bem e que afinal o que ele faz é algo bom. Espero ter sido claro com as minhas humildes palavras cativar a sociedade no geral e as diversas classes sociais a reflectirem sobre tudo isto e que me ajudem a concretizar os meus sonhos assim como os sonhos de muitas outras pessoas que lidam com estes aspectos. Assim vamos poupar vidas ajudando o nosso país culturalmente e humanamente inspirando o nosso povo a viver numa maior igualdade e harmonia.
Fábio Miguel Pais Rodrigues